sexta-feira, 2 de novembro de 2018

As redes não são só uma nova forma de fazer política, mas de viver...

"Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente da mesma forma" (Einstein)


Um dos raros consensos nesta eleição foi sobre o papel das redes sociais no resultado final. Se antes das eleições as pessoas apostavam no tempo de TV e nas velhas estruturas partidárias como decisivas para determinarem o resultado, depois delas ficou claro que o Brasil mudou. O vencedor não tinham nem tempo de TV nem partido, mas soube usar as redes sociais...

Desde junho de 2013 que estes sinais de mudança na política eram muito claros. Milhões de pessoas foram às ruas sem que nenhum meio de comunicação de massa tivesse sido utilizado e sem que nenhum analista político ou instituto de pesquisa fosse capaz de identificar as movimentações sociais que desembocaram naquelas manifestações gigantescas. 

Nossos óculos, nosso mind set, nossa maneira de ver o mundo estão viciados. Estamos com os dois pés na sociedade do conhecimento, digital e em rede, mas nossa cabeça continuar funcionando como se vivêssemos no século XX... Num mundo onde as informações chegavam até nós através dos filtros exclusivos dos grandes meios de comunicação de massa, quase sempre controlados por interesses particulares. Onde as novas descobertas científicas demoravam anos para serem incorporadas à enciclopedia Barsa e se popularizarem. Onde tudo dependia do Estado para existir: Educação? a solução é o Estado construir escolas e aumentar o salário dos professores; desemprego? cabia ao Estado promover o seguro desemprego e fazer políticas de geração de emprego....

Nos acostumamos a ouvir, durante quase um século, que a superação dos nosso problemas dependia quase que exclusivamente do Estado. E o resultado foi um Estado inchado, cheio de funcionários, caro e ineficiente.

E agora?

Na política, as pessoas organizadas em rede estão começando a encontrar novas formas de se organizar, deixando claro que as velhas estruturas partidárias não dão mais conta de expressar a diversidade de opiniões na sociedade. 


Na economia, as pessoas encontraram novas formas de gerar trabalho e renda, sem depender do Estado: o Uber, o AirBnb e as pessoas vendendo quentinha nas ruas são alguns das dezenas de exemplos de como o empreendedorismo pode existir, desde que o Estado não atrapalhe...

Na área social, as pessoas estão aprendendo a se organizar através de financiamentos coletivos (crowd funding), abaixo assinados e, em breve, através do block chain, para garantir que suas iniciativas buscando solidariedade entre as pessoas e suas causas possam ganhar vida e amplitude.

E na produção do conhecimento, as redes viabilizaram não apenas um acesso mais democrático e instantâneo à informação como estão propiciando novas formas de interação entre as pessoas, gerando novas formas de construção coletiva do conhecimento que estão tirando das escolas e universidades a exclusividade neste processo. 

Claro que nem tudo são flores... As redes também difundem com mais rapidez as notícias falsas, e podem contribuir para aumentar o controle do Estado sobre nossas vidas. Mas trazem também o antídoto para isto: as próprias pessoas podem desmentir as notícias falsas com mais rapidez e podem também controlar o Estado com mais facilidade. Como tudo na vida, as tecnologias não são boas ou ruins em si mesmas. Dependem do uso que delas fazemos.

Em resumo, o que estamos vivendo é uma revolução! Como toda revolução, não acontece do dia para a noite. É um longo processo, cheio de idas e vindas e muito aprendizado. Mas é irreversível! 



Para entender e participar desta revolução o Crie (Centro de Referência em Inteligência Empresarial) promove dois eventos esta semana: o V Seminário Big Data Brasil e o II Simpósio Internacional Network Science.
O Seminário Big Data Brasil é promovido em parceria com o ODI Rio (capítulo local da rede mundial do Open Data Institute de Londres) e com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. O II Simpósio Internacional Network Science é organizado com apoio do LerHuD – Laboratório em Rede de Humanidades Digitais do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento e Instituto de Educação e Pesquisa do Ministério Público do Rio de Janeiro (IEP-MPRJ).
Nestes eventos você vai poder conversar com algumas das pessoas que estão não apenas discutindo e pensando, mas fazendo as coisas acontecer nestas áreas. Os eventos são gratuitos, mas você precisa se inscrever.
V Seminário Big Data Brasil e II Simpósio Internacional Network Science
Dias: 6, 7 e 8 de novembro
Local: Auditório do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro)
Av. Marechal Camara, 370 9º andar - Centro – RJ

Para saber mais e se inscrever:

http://bit.ly/bigdatabrasil
http://networkscience.com.br/ 


e nas redes sociais:https://www.facebook.com/sinetworkscience e twitter - @Isins2018

Vamos nessa? Um outro mundo e um outro país é possível. Só depende de nossa participação, não para continuar fazendo o que sempre fizemos, mas para fazermos diferente. Afinal, como nos lembra o Eistein, loucura seria querermos mudar fazendo tudo exatamente como sempre fizemos...