terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Os banqueiros anarquistas

"O que é o roubo de um bancocomparado à fundação de um banco?"
(Bertold Brecht)
"Como subjugar o dinheiro, combatendo-o? Como furtar-me à sua influência e tirania, não evitando o seu encontro? O processo era só um - adquiri-lo, adquiri-lo em quantidades bastante para lhe não sentir a influência; e em quanto mais quantidade o adquirisse, tanto mais livre eu estaria dessa influência. Foi quando vi isto claramente, com toda a força da minha convicção de anarquista, e toda a minha lógica de homem lúcido, que entrei na fase atual - a comercial e bancária, meu amigo - do meu anarquismo.''


Pelo preço de tabela, publicado em seu site, o Bradesco cobra de seus clientes R$ 7,90 por docTive um aluno, que trabalhou na central de dados do Bradesco em São Paulo, para quem pedi que fizesse um levantamento dos custos anuais de operação desta central e que dividisse este valor pelo número de docs processados anualmente pela central de dados. Com isto obteríamos o custo de um doc para o Bradesco. Qual foi este valor encontrado pelo meu aluno? Adivinhem. Pensem aí, qual o custo para o Bradesco para emitir e processar um doc? Será que é R$ 1,00?, R$ 2,50?
Pois bem, o custo de um doc para o Bradesco é de R$ 0,006... Isto mesmo, menos de um centavo! 
Qualquer empreendedor sabe que ter uma margem de 20% em um negócio (o que ele lucra) é uma excelente margem. Mesmo num país que tem um juro real alto como o Brasil. Uma margem acima de 100% só é obtida em negócios ilegais. Se a margem do Bradesco fosse de 100% ele deveria cobrar UM CENTAVO pelos docs que processa. Ele cobra R$ 7,90! Esta margem (incalculável de tão grande) é um roubo descarado! É um despropósito! Mas é uma margem legalizada e aceita pelo Banco Central. E reparem, as tarifas bancárias não são uma "operação de risco". É um dinheiro fácil, ganho às custas dos clientes sem alternativas (TODOS OS BANCOS cobram tarifas exorbitantes). Em nenhum outro lugar do mundo eles ganham tanto dinheiro e têm tanta lucratividade. 
Para não ser injusto, devemos dizer que os banqueiros, no Brasil, "trabalham" muito. Prova disso é que a primeira ação da presidente Dilma, após dar posse ao novo ministro da fazenda, Nélson Barbosa foi se reunir com os dois comandantes do Bradesco: Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabuco (veja imagem). Nenhuma mudança no ministério acontece sem que nossos banqueiros deem sua opinião...
   Fonte: coluna do Ancelmo Gois - O Globo de 22/12/2015
Se antes havia algum prurido do governo em se manter, pelo menos publicamente, longe dos banqueiros, agora este prurido acabou. Quando foi eleita, Dilma consultou lula (com minúsculas mesmo) sobre nomes para o ministério e a indicação dele foi do presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. Trabuco não aceitou, mas indicou Levy, que assumiu o ministério. Agora, vemos claramente que a saída de Levy foi negociada descaradamente com o Bradesco.
Na verdade, este comportamento não devia nos espantar. Estudo elaborado pela Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito mostra que os lucros dos bancos, durante os governos do PT (em valores corrigidos e na média anual), foi CINCO VEZES maior que no governo de Fernando Henrique Cardoso. 

Governo                                     Total acumulado         Média anual 
Fernando Henrique(1995-2002)  R$ 63,63 bi                 R$ 7,95 bi 
Lula da Silva (2003-2010)           R$ 254,76 bi               R$ 31,84 bi
Dilma Rousseff (2011 - 2013)     R$ 115,75 bi               R$ 38,58 bi
Tabela 1: Lucro líquido do sistema financeiro nacional, em bilhões de reais valores corrigidos pelo IPCA (Fonte: Banco Central do Brasil)

O estudo da Contec parou em 2013, mas a farra dos bancos não. Segundo o DIEESE, os cinco maiores bancos que atuam no Brasil tiveram, em 2014, um lucro de R$ 60,3 bilhões, o dobro do lucro médio obtido durante os governos de lula, que já tinham sido muito altos. 
E de onde vem estes lucros? Segundo o estudo da Patricia Olga Camargo, publicado pela Editora Unesp e intitulado "A evolução recente do setor bancário no Brasil" (pp123-127), "A partir de 2003, os bancos direcionaram-se para as operações de crédito, que se tornaram as principais responsáveis pelos altos lucros do período. As receitas de prestação de serviços, apesar de ainda terem participação importante nos resultados das instituições, não têm muito espaço para crescimento". 

Se enganam todos que pensaram que estar operações de crédito estavam direcionadas para o investimento. Segundo a pesquisadora (pp123-127), "...destacaram-se os financiamentos com garantias reais, principalmente financiamento imobiliário, a veículos e crédito consignado", ou seja, o crédito foi direcionado ao consumo e não ao investimento. E mais, trata-se de financiamentos de curto prazo e para um tipo de consumo que traz baixo risco para os bancos por se tratar de bens que podem ser tomados de volta em caso de não pagamento por parte dos clientes (no caso do financiamento imobiliário e de automóveis) e sem risco ou risco muito baixo no caso do crédito consignado e cartão de crédito.

As operações de longo prazo ficaram concentradas nos três maiores bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e, principalmente, BNDES) e foram TODAS destinadas a grandes grupos e empresas escolhidas a dedo...

Em resumo, o Brasil é o paraíso dos bancos. Se ganhassem dinheiro por serem eficientes e correrem os riscos inerentes ao seu negócio, seria aceitável. Mas não é o que acontece no caso brasileiro. Quando os juros caem e a atividade econômica aumenta, eles ganham financiando o consumo (com baixíssimo risco, como já vimos, através do crédito consignado, no cartão de crédito e nas tarifas absurdas que cobram). Quando os juros sobem e a atividade econômica diminui, eles ganham com os juros e com a inadimplência (tomam os bens que financiaram)... É o que se chama de um capitalismo cartorial e protegido, onde não existe risco nem mercado, de fato. Os lucros são deles, mas os riscos e os prejuízos são da toda a sociedade.

O Brasil não vai conseguir entrar no século XXI de forma sustentável e justa sem mexer neste vespeiro. O sistema bancário não pode continuar operando desta forma.

Em um texto brilhante, chamado O banqueiro anarquista, Fernando Pessoa apresenta os argumentos de um banqueiro para demonstrar que ele continuava sendo o mesmo anarquista dos seus dezoito anos de idade e que ser banqueiro e anarquista não era uma contradição. Segundo ele, os anarquistas querem acabar com todas as convenções sociais para instaurar uma sociedade onde todos possam ser livres. Ao identificar que a maior e mais poderosa das convenções sociais é o dinheiro, nosso anarquista resolveu que a melhor forma de não ser subjugado por esta convenção seria possuí-la... E resolveu "adquiri-lo, adquiri-lo em quantidades bastante para lhe não sentir a influência; e em quanto mais quantidade o adquirisse", tanto mais livre o banqueiro se sentiria da "dependência" do dinheiro. Dentro desta lógica, ele pode continuar se sentindo anarquista porque estava "livre" do dinheiro.

Nossos governantes parecem que resolveram se transformar em "banqueiros anarquistas"... Ao invés de reduzir o peso dos banqueiros, decidiram se aliar a eles. Podem ter engordado as suas contas bancárias e de seus descendentes, mas hipotecaram o futuro do país.



quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Não é pelas 48h!

"Não é pelas 46h" Luciana Sodré Costa


A decisão da juíza Sandra Regina Nostres Marques, atendendo um pedido do Ministério Público de São Paulo, de suspender o funcionamento do Whatsapp precisa ter uma resposta firme da sociedade.


O argumento de que o Whatsapp "não atendeu a solicitação judicial" de fornecer informações sobre um criminoso não justifica este atentado contra toda a sociedade. Imaginem que o Metrô deixe de atender uma decisão judicial. Passa pela cabeça de algum juiz a proposta de "suspender o funcionamento" de um meio de transporte que atende mais de 5 milhões de pessoas diariemante? Quantas vezes as empresas de telecom "não atenderam uma solicitação" da justiça e nem por isso foram suspensas? 

Algumas pessoas acham que a proibição vai ser boa para voltarmos a nos falar pessoalmente ou porque ela atinge uma empresa (o Facebook, que é dona do Whatsapp) que disputa com o Google o controle das informações no mundo. De fato, devemos ficar muito atentos para impedir qualquer tipo de controle das informações por parte de uma empresa, mas não vai ser estimulando a violência contra a nossa liberdade de escolha que faremos isto. O processo de utilização das redes sociais e da internet é irreversível. Esta forma comunicação livre e de graça entre as pessoas se tornou parte essencial das nossas vidas. 

Não se trata apenas do Whatsapp. Podemos substituí-lo por outros aplicativos. Que, por sua vez, poderão ser proibidos também. O decisão da juíza abre um precedente MUITO perigoso. Sem a internet e as ferramentas de comunicação entre as pessoas o mundo para de funcionar. Devemos garantir que este processo ocorra da forma o mais descentralizada e livre possível, sem monopólios intocáveis, mas não podemos transigir com a liberdade.  

A sociedade cansou de ser tutelada e quer liberdade para se comunicar. A decisão da juíza, a pedido do Ministério Público, reforça todos aqueles que querem controlar a internet e a sociedade. Merece nosso repúdio firme e indignado. 




segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

IDH: o Brasil está perdendo o bonde da história


"Redistribuição de renda não é com geladeiras e fogões, mas via saúde, educação, ciência, tecnologia, produtividade e competitividade" Eliane Catanhede


Os jornais deram ampla divulgação a divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano de 2014. O IDH é medido a partir de quatro indicadores: esperança de vida ao nascer; expectativa de anos de estudo; média de anos de estudo da população; e renda nacional bruta per capita (toda a renda do país dividida pelo número total da população). São indicadores de longo prazo, que não se alteram muito de um ano para outro, mas é um indicador mais interessante que o PIB, que só mede a riqueza de um país, sem levar em conta indicadores sociais como educação e saúde (considerados pelos IDH).




Embora seja o sétimo maior PIB do planeta, no ranking do IDH estamos agora no 75o lugar, logo atrás do Sri Lanka. O governo destacou o fato que nosso IDH melhorou de 0,752 em 2014 para 0,755 (quanto mais próximo de 1, melhor). Já quem quer criticar o governo chama a atenção para o fato de termos caído uma posição e estarmos agora na 75a posição. 

Quem tem razão?

Acho que nenhuma das duas posições nos ajuda a avançar. Resolvi consultar os dados oficiais (veja aqui) e fazer uma comparação do Brasil com os BRICS (Rússia, China, Índia e África do Sul), o México e os países da América do Sul (Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela, Peru, Equador, Colômbia, Paraguai, Bolívia). 


A primeira constatação é que desde 1990 TODOS OS PAÍSES melhoraram significativamente seu IDH. O Brasil passou de 0,608 em 1990 para 0,755 em 2014, mas a Argentina, o Uruguai, o Chile, a Russia, a China, a Venezuela, o México, o Peru, o Equador e a Colômbia tiveram uma melhora do IDH mais significativa que a melhora do Brasil. Quem não avançou mais que o Brasil foram o Paraguai, a África do Sul e a Índia, mas seus IDH melhoraram também. 

Em 2000, os seis países que possuíam o melhor IDH eram, pela ordem, a Argentina (0,762), o Chile (0,752), o Uruguai (0,742), a Rússia (0,729), o México (0,699) e o Brasil (0,683). Em 2014, o Brasil caiu uma posição, ficando em sétimo lugar. 

Afirmar, como faz o governo, que "nosso IDH melhorou" é uma falácia. O nosso IDH e de TODOS os países melhorou no período entre 2000 e 2014. Mesmo que não se faça muito esforço o IDH de cada país tende a melhorar a cada ano. O que precisamos investigar é se nossa melhora é MAIOR que esta melhora por inércia do IDH. E se formos analisar os números as notícias não são boas. A despeito da melhora do indicador de desenvolvimento humano, o Brasil está PERDENDO POSIÇÕES no ranking do IDH. Nossa melhora é vegetativa. Todos os outros países, mesmo os que não praticam nenhum tipo de política de distribuição de renda, estão melhorando tanto ou mais do que nós. 

É como se nos contentássemos com o fato de que nosso filho, do ano passado para este ano tivesse crescido. Todas as crianças crescem... O que precisamos investigar é se ela cresceu o que deveria crescer, se cresceu menos que o normal ou mais do que o crescimento natural de uma criança.

Mais importante ainda é identificarmos claramente em quais pontos precisamos avançar. No caso do IDH a maior deficiência do Brasil é no quesito educação. Avançamos muito pouco e o que é pior, avançamos MUITO MENOS que os outros países. Melhoramos na educação mas os outros melhoraram muito mais que nós e o saldo final é altamente negativo para o Brasil. É onde estamos pior no IDH. Ou encaramos de frente o desafio de fazermos da educação de qualidade nossa prioridade número um ou continuaremos a patinar sem sair do lugar e vamos perder o bonde da história.  



sábado, 12 de dezembro de 2015

A alegria é a prova dos nove...

"Pois santo Agostinho, resumindo o seu pensamento, disse que todas as coisas que existem se dividem em duas ordens distintas. A ordem do "uti" (ele escrevia em latim ) e a ordem do "frui". "Uti" significa o que é útil, utilizável, utensílio. Usar uma coisa é utilizá-la para obter uma outra coisa. "Frui" significa fruir, usufruir, desfrutar, amar uma coisa por causa dela mesma" (A caixa de brinquedos - Rubem Alves)


Quando eu era criança adorava jogar futebol, bola de gude, xadrez e futebol de botão. Sou eternamente grato ao futebol porque ele me impediu de sofrer bullying na escola. Eu era um ótimo aluno e muito tímido, um caso clássico do que se chamava na época um aluno CDF... Qualquer coisa que falassem de mim eu logo ficava vermelho e começava a transpirar. Mas ao contrário dos outros alunos eu jogava bola muito bem. Todos me queriam no time deles e aí me poupavam das suas gozações. Mais tarde, quando me separei, o futebol e a paixão em comum pelo Fluminense me aproximaram ainda mais da minha filha. Íamos até aos treinos nas Laranjeiras juntos... 

Mas o futebol, as bolas de gude, o xadrez e o futebol de botão são inúteis. Uma coisa útil é um utensílio, uma ferramenta, uma coisa que pode ser usada para aumentar nossa capacidade de agir no mundo. Estas coisas que eu gostava de fazer eram inúteis. Como nos ensina Santo Agostinho e Rubem Alves, elas só servem para serem gozadas, desfrutadas.




Sempre me perguntei por que, então, gastamos tanto tempo com elas? 

Foi aí que li este texto do Rubem Alves, cujo resumo eu apresento aqui. Clique aqui para ler o texto na íntegra. Vale a pena! 

"... Faz tempo, preguei uma peça num grupo de cidadãos da terceira idade. Velhos aposentados. "Inúteis" —comecei a minha fala solenemente. "Então os senhores e as senhoras finalmente chegaram à idade em que são totalmente inúteis..." Foi um pandemônio. Ficaram bravos, me interromperam e trataram de apresentar as provas de que ainda eram úteis. Da sua utilidade dependia o sentido de suas vidas.

Minha provocação dera o resultado esperado. Comecei, mansamente, a argumentar. "Então vocês encontram sentido para suas vidas na sua utilidade. Vocês são ferramentas. Não serão jogados no lixo. Vassouras, mesmo velhas, são úteis. Uma música do Tom Jobim é inútil. Não há o que fazer com ela. Os senhores e as senhoras estão me dizendo que se parecem mais com as vassouras que com a música do Tom... Papel higiênico é muito útil. Não é preciso explicar. Mas um poema da Cecília Meireles é inútil. Não é ferramenta. Não há o que fazer com ele. Os senhores e as senhoras estão me dizendo que preferem a companhia do papel higiênico à do poema da Cecília..." E assim fui acrescentando exemplos. De repente os seus rostos se modificaram e compreenderam... A vida não se justifica pela utilidade, mas pelo prazer e pela alegria —moradores da ordem da fruição. Por isso Oswald de Andrade, no "Manifesto Antropofágico", repetiu várias vezes: "A alegria é a prova dos nove, a alegria é a prova dos nove...".

E foi precisamente isso o que disse santo Agostinho. As coisas da caixa de ferramentas, do poder, são meios de vida, necessários para a sobrevivência (saúde é uma das coisas que moram na caixa de ferramentas. Saúde é poder. Mas há muitas pessoas que gozam de perfeita saúde física e, a despeito disso, se matam de tédio). As ferramentas não nos dão razões para viver; são chaves para a caixa dos brinquedos".

Futebol, bola de gude, xadrez e futebol de botão, estas coisas não serviram para me levar a lugar nenhum. Porque quem está brincando ou desfrutando já chegou... Para muitos o processo de aprendizado deve ser uma tortura, uma obrigação. O meu professor de Biologia, Claudio Mário, adorava ser percebido como um carrasco. Suas provas eram uma verdadeira tortura. Para muitas pessoas isto funciona. Serve como um desafio que os motiva a estudar e acabam aprendendo e até mesmo gostando do que estudaram. Para mim este modelo não funciona. Prefiro que o processo de aprendizado aconteça com prazer e alegria. 

Como nos lembra Rubem Alves, "os saberes que se ensinam em nossas escolas são ferramentas? Tornam os alunos mais competentes para executar as tarefas práticas do cotidiano? E eles, alunos, aprendem a ver os objetos do mundo como se fossem brinquedos? Têm mais alegria? Infelizmente, não há avaliações de múltipla escolha para medir alegria"... mas, eu acrescentaria, são estes momentos que levamos para a vida toda. Eu não sei nada de biologia...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A confiança e as unhas

"A confiança perdida é difícil de recuperar. 
Ela não cresce como as unhas
(Johannes Brahms)



Há algo que é comum a qualquer indivíduo, relacionamento, equipe, família, organização, nação, economia e civilização no mundo todo. Algo que, se faltar, destruirá o governo mais poderoso, o negócio mais bem sucedido, a economia mais próspera, a liderança mais influente, a maior amizade, o caráter mais forte, o amor mais profundo. Por outro lado, se desenvolvido e estimulado, tem o potencial de criar sucesso e prosperidades sem precedentes em todas as dimensões da vida. No entanto, é a coisa menos entendida, mais negligenciada e mais subestimada em nossos tempos. É a confiança.

De forma simples, confiança significa ter certeza de que a pessoa não esconde nada e é sincera. O oposto da confiança – a desconfiança – é a suspeita sobre sua sinceridade. Quando você confia nas pessoas, você confia em sua integridade e em suas competências. Quando desconfia das pessoas você desconfia de suas intenções e atitudes e de sua integridade, sua agenda, suas competências ou seus antecedentes.
A confiança sempre produz dois resultados – a velocidade e o custo. Quando a confiança decresce, a velocidade também decresce e os custos aumentam.” (trecho do livro O poder da confiança, de Stephen Covey)

A confiança é a base do relacionamento entre seres humanos. Quando a confiança decresce, a velocidade com que as coisas acontecem diminui drasticamente. Qualquer ação, por mais simples que seja, demora muito mais a ser feita, porque ninguém acredita na pessoa/governo/empresa que a está executando. Um contrato que poderia ser assinado rapidamente com alguém em quem confiamos vai demorar muito mais para ser assinado se não existe confiança entre as partes.

Ao mesmo tempo, sem confiança, os custos para fazer funcionar sua organização/governo/vida aumentam significativamente. Sem confiança, um governo ou empresa precisa pagar juros mais altos para se financiar; uma empresa como a Vale, que perdeu a confiança da sociedade pela forma como está lidando com a tragédia de Mariana, vai ter custos muito mais altos de operação do que teria se tivesse sido transparente, ágil e justa na sua resposta ao acidente.

Algumas vezes acertamos, nas outras aprendemos

O pior é que construir a confiança é um processo longo e trabalhoso, mas perdê-la é muito fácil... Para construir confiança precisamos agir com transparência e sinceridade, não mentir e não ter receio de admitir seus erros quando eles acontecerem. É tentador inventar mil razões para justificar o erro. Minha experiência é de que quando um erro é cometido o melhor é simplesmente admiti-lo, sem tentar explicar o inexplicável. E tentar aprender com a experiência...


Retrato (Cecília Meireles)
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:

Em que espelho ficou perdida
a minha face?

Uma das pessoas que mais confiava era o meu avô. Uma vez ele me disse para eu ser sempre fiel a si mesmo. Na época achei que seria fácil, mas hoje vejo que manter a coerência entre o que falamos/pensamos e o que fazemos não é nada trivial... mas é essencial. Quando nos afastamos do que acreditamos, daquilo que somos, perdemos tudo: o respeito, a confiança, nossa identidade, nossa face...

O país perdeu a confiança em quem nos governa. Eles perderam a sua face e entregaram sua alma... Teremos um longo caminho para reconstruir o Brasil. Vamos ter que caminhar muito e vamos precisar do todo mundo mas, sobretudo, precisaremos aprender com os erros e entender que a saída da crise não virá da cabeça de nenhum iluminado. O modelo populista e dos “salvadores da pátria” se esgotou.

O que precisamos é seguir nosso caminho “com os pés livres, de mãos dadas, e de olhos bem abertos” (Guimarães Rosa).



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Em busca da identidade perdida


"Só há duas opções nesta vida: se resignar ou se indignar" (Darcy Ribeiro)


Tenho lido, visto e ouvido muita coisa ultimamente dentro de uma busca de entender o processo de construção de nossa identidade, seja como pessoa seja como país. O vídeo do Fernando Meireles, que reproduzo aqui, é um exemplo disto.

Pelo que observei, a maioria das pessoas acredita que a construção de nossa identidade implica numa busca para dentro de nós mesmos, num processo de auto-conhecimento, de um certo isolamento. 

Será?

Num belo texto, Luiz Eduardo Soares aponta em outra direção. Para ele, "identidade é uma palavra enigmática: por um lado significa a originalidade de alguém, a singularidade que torna cada pessoa incomparável e única; por outro lado, adquire o sentido oposto ao designar a semelhança que aproxima duas pessoas". A busca dolorosa de um adolescente por sua identidade, do que o distingue dos seus pais e o torna um ser humano integral é o exemplo que todos nós vivenciamos do primeiro significado da palavra. A nossa eventual identificação com as idéias e ações de Gandhi, Chico Buarque ou Jesus Cristo é um exemplo do segundo.

Mas como Luiz Eduardo aponta, mesmo nossa originalidade, ou as características que nos tornam únicos, só fazem sentido diante do outro: "É a generosidade do olhar do outro que nos faz únicos... Nós nada somos e valemos nada se não contarmos com o olhar alheio acolhedor, se não formos vistos e percebidos pelo outro". Daí que a construção da identidade de uma pessoa é necessariamente um processo social, interativo, coletivo. Não há identidade no que Luiz Eduardo chama de homem-ilha ou numa mulher-ilha, não há identidade desvinculada de relações humanas que lhe dão sentido e valor.

Todo este papo para dizer que se a construção da nossa identidade se faz na relação com outras pessoas, é claro que quanto mais interessantes e instigantes forem estas pessoas com quem interagimos, melhores e mais interessante poderemos ser. Isto vale para nós, indivíduos, e vale para nós enquanto país. Isto não deve nos levar a rejeitar as pessoas "menos interessantes", a construir relações elitistas mas, ao contrário, deve nos fazer valorizar a busca de relações mais intensas e verdadeiras com pessoas que nos agreguem  coisas novas. Devemos compreender que a diversidade nas relações nos permite ser pessoas mais interessantes e complexas. 

Como nos lembra Darcy Ribeiro, uma das grandes vantagens comparativas do Brasil, no século XXI é sermos
"um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos viveu por séculos sem consciência de si... Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros...
Por isso mesmo, o Brasil sempre foi, ainda é, um moinho de gastar gentes.Construímo-nos queimando milhões de índios. Depois, queimamos milhões de negros. Atualmente, estamos queimando, desgastando milhões de mestiços brasileiros, na produção não do que eles consomem, mas do que dá lucro às classes empresariais.
Dizem, também, que nosso território é pobre - uma balela. Repetem, incansáveis, que nossa sociedade tradicional era muito atrasada - outra balela. Produzimos, no período colonial, muito mais riqueza de exportação que a América do Norte e edificamos cidades majestosas corno o Rio, a Bahia, Recife, Olinda, Ouro Preto, que eles jamais conheceram. Nosso povo preservará, depois dessa drástica cirurgia, a vitalidade indispensável para sair do atraso ou estará condenado a afundar cada vez mais no subdesenvolvimento? Quem está interessado em que o Brasil seja capado e esterilizado? Serão brasileiros?
Podemos olhar para esta crise que o país está vivendo e nos resignar. Dizer que "foi sempre assim", "que estes políticos são todos iguais"... Ou podemos reconhecer que sempre foi assim e que nossos políticos são igualmente medíocres e nos indignar. Buscar outros caminhos. Ao invés de ficar esperando um "salvador da pátria" podemos, cada um de nós, identificar onde pode contribuir e tentar fazer a sua parte. Porque afinal, como diria meu avô, quem espera nunca alcança...





Vídeo IDENTIDADE, de Fernando Meireles

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Em busca do paraíso perdido

Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive.
Emílio Moura (poeta mineiro)

Li um texto do Jurandir Freire Costa e um outro de Flavio Gikovate e fiquei pensando... Meu trabalho é refletir sobre redes, complexidade, inovação e tecnologia; falar de como isto está mudando o mundo e nossas vidas... Mas, para ser honesto, acho que as transformações mais importantes deste início de século são as transformações que estamos vivenciando nas relações humanas.
Vivemos em busca da chave mágica que vai nos abrir as portas do paraíso e da felicidade, mas será que ela existe?

Gikovate nos alerta que o romantismo do século passado nos levou a procurar no outro o complemento indispensável para nossa felicidade: “O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino”. Completa dizendo que uma outra teoria, no fundo com esta mesma base de pensamento, é de que devemos procurar nossos opostos, para assim chegar ao equilíbrio. Se sou calmo, devo procurar alguém agressivo, se sou sonhador, uma pessoa pragmática...
Para Jurandir Freire, "o ideal do amor no qual nos fixamos, herdado do romantismo, embalado por adiamentos, renúncias, devaneios, esperanças no futuro e doces momentos do passado tornou-se contraditório com nossa 'paixão pelo efêmero'. Em outras épocas, o amor não só era outro, como estava relativamente à prova de crises de esgotamento a medida que não se reduzia à satisfação narcísica, ao gozo dos prazeres e das sensações 'sem memória e sem história'. Por exemplo, entre os gregos, estava a serviço da verdade e da pólis; entre os cristãos, alimentava o poder de Deus e a inclinação para o próximo; a partir da ascensão da burguesia, sustentava os laços de coesão social, como defendia Rousseau, um dos pais espirituais do romantismo. Hoje, privados de ideais afetivamente importantes, voltamo-nos para o amor como quem espera a Arca de Noé. Só que o Dilúvio chegou antes", diz Jurandir.
O que fazer diante da constatação da falência deste modelo? Devemos simplesmente abandonar o barco? Desistir? Ou reinventar nossas formas de relacionamento? Inovar?
Para Jurandir Freire, podemos nos livrar de um ideal de amor caduco, mas não estamos livres da necessidade de reinventá-lo. Gikovate vai na mesma direção e aponta que “o que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar... As pessoas estão aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras” (grifo meu).
O inferno não são os outros
Freqüentemente identificamos a causa de nossos problemas nos outros: fulano é insensível, beltrano me irrita, ninguém percebe meu valor... Identificamos os problemas, e conseqüentemente, as soluções como estando fora de nós. Em poucas palavras, como diria Sartre, achamos que “o inferno são os outros”...
Precisamos construir um outro caminho. Precisamos inovar também nas relações humanas. Ao invés de culpar o outro ou, no caso das relações afetivas, buscar nossa “alma gêmea” ou "a parte que nos falta", devemos buscar a plenitude. Não devemos nos contentar em sermos frações, mas seres inteiros naquilo que fazemos. E para isso, quanto mais competente formos para viver sozinhos, mais estaremos preparados para viver intensamente uma relação afetiva. A relação não será doentia (“não posso viver sem você”), mas saudável, sem exigências, onde ambos podem crescer.
Claro que este é o caminho mais difícil. Certamente é muito mais fácil adotar um perfil conhecido, imitando os modelos que todos os dias as novelas e filmes de Hollywood nos propõem. Quando você copia os outros há menos riscos. Quando não copiamos ninguém estamos sozinhos! Vamos ter que encontrar nossos próprios caminhos. É uma opção de maior risco, mas segundo os dois psicanalistas, é a que nos permitiria ser mais verdadeiros e felizes. O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Da mesma forma que a inovação não é mais uma opção, mas um imperativo para as empresas e países que desejam viver no século XXI, a inovação nas relações humanas não é mais um opção. É uma necessidade para a sobrevivência de nossa espécie no planeta. Não conseguiremos sobreviver se continuarmos a manter relações hipócritas, mentirosas e inadaptadas ao ambiente social, econômico, político e cultural que vivemos. Precisamos reinventar nossos relacionamentos para vivermos com mais intensidade, verdade e felicidade. Mudar sempre é doloroso, mas não temos outro caminho. Afinal, como nos ensina o poeta, "viver não dói. O que dói é a vida que não se vive"...


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Como fazemos nossas escolhas?

"Você é livre para fazer suas escolhas, 
mas é prisioneiro das consequências
(Pablo Neruda)


Volta e meia nos deparamos com situações onde somos chamados a nos posicionar. Qual o caminho que devemos pegar numa estrada? Em quem devemos votar? O que devemos fazer numa determinada situação? Somos livres para fazer nossas escolhas, mas como nos lembra o poeta, somos prisioneiros das consequências... Na verdade, o que nós somos é o resultado das escolhas que fazemos ao longo da vida.





"A vida é a soma de todas as suas escolhas" (Albert Camus)

Este fim de semana aconteceu um grande debate nas redes sociais sobre a "seletividade" na indignação das pessoas. Por que algumas pessoas colocaram as cores da França nas fotos do perfil (em solidariedade com os atentados naquele país, como eu fiz), mas não colocaram bandeiras da Síria ou do Líbano, países que também foram vítimas de atentados do grupo Estado Islâmico? 

Como fazemos as escolhas?

Acho que as escolhas têm a ver com as redes, as relações que construímos e as informações que tivemos acesso ao longo da vida. No caso dos atentados, existem mais relações e informações entre o Brasil e países europeus do que entre nós e a África do Norte ou o Oriente Médio. Claro que qualquer ser humano assassinado de forma covarde merece nossa solidariedade e nosso repúdio ao ato. Os mortos no Líbano, na Síria ou no Quênia não não melhores ou piores que os assassinados em Paris. Os atentados em quaisquer destes países mereceria toda nossa atenção também. Só digo que nossa seletividade tem a ver com os links das nossas redes, com as escolhas que fizemos  e com as informações que recebemos ao longo da vida

Eu, por exemplo, tenho muitos amigos em Paris, onde fiz meu doutorado, e me parece natural que qualquer atentado nesta cidade me toque muito mais de perto do que um atentado no Afganistão. Uma pessoa que cresceu em um ambiente onde as mulheres não podem se sentar ao lados dos homens num auditório ou andar na rua ao seu lado, e nunca foi confrontada com outras situações ou informações, vai considerar normal o que para nós é uma discriminação intolerável. 

Mais do que ficar criticando as escolhas dos outros, me parece mais relevante que cada um de nós reflita sobre as escolhas que anda fazendo. Quanto tempo da nossa vida dedicamos a fazer o quê? Eu posso passar quatro horas do meu dia conversando sobre futebol (um assunto que gosto), ou usar este tempo de outra forma. O resultado destas escolhas vai explicar, em grande parte, quem eu serei. Como alguém já disse, "fazemos nossas escolhas e nossas escolhas nos fazem"... 

Fazer escolhas é dolorido. Temos medo de errar, de sofrer, mas muito pior do que escolher errado é não escolher. Como diria o poeta mineiro Emílio Moura, "viver não dói, o que dói é a vida que não se vive...". 

Façamos nossas escolhas sem medo de errar. O erro faz parte do nosso processo de aprendizagem e sempre podemos fazer do tropeço um passo de dança.





quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Empreendedores e inovadores, correi! Está acabando o prazo para participar do Prêmio PROTESTE inovação


Alguma ideia para economizar energia e água na sua casa e na dos seus vizinhos? Você pode ganhar uma ajuda para fazer sua ideia se tornar realidade. A PROTESTE, uma organização de defesa do consumidor, em parceria com o Crie, lançou o prêmio PROTESTE inovação. Clique aqui ou na figura abaixo para saber os detalhes e se inscrever. Ainda dá tempo!  

O prazo limite é o dia 31 de outubro!





Na crise, CRIE!



"Jesus diria: perdoai-os senhor, eles não sabem o que fazem. No Brasil a situação é outra. Perdoai-os senhor, eles não sabem o que fazer..."  
(Barão de Itararé)

A verdadeira dimensão da crise brasileira está hoje cada vez mais clara para todos. Apenas alguns fanáticos que fazem do PT sua religião pensam que a crise é uma "invenção da mídia golpista". O mais grave, no entanto, é que diante dela o governo bate cabeça, sem saber o que fazer. Há dois meses, o presidente do senado Renan Calheiros anunciou a "Agenda Brasil", uma série de medidas para "salvar o Brasil". Foi saudado e elogiado pela Presidente, mas três dias depois a Agenda foi esquecida e ninguém mais falou dela. Em reunião no Senado, em setembro, o Ministro Levy disse que a CPMF estava em discussão dentro do governo. Foi interrompido pela Presidente da Comissão Mista do Orçamento, Rose de Freitas que falou: "Não está não! O Ministro Nélson Barbosa me disse que está decidida a criação da CPMF!" No mesmo dia o presidente do PT e lula discursaram a favor da CPMF, mas no dia seguinte a presidente anunciou que a CPMF estava enterrada. Agora em outubro, o debate sobre a CPMF voltou e o governo a apresenta como a última tábua de salvação, mas nada indica que o Congresso vai aprová-la...

A presidente Dilma corre o risco de acabar o seu primeiro ano de mandato sem ter tomado nenhuma medida objetiva para enfrentar a crise. O ministro Levy já anunciou para a presidente e para o Ministro Jaques Wagner que ou o governo toma medidas urgentes de controle do déficit ou a situação vai ficar dramática. Atolado na crise que ele próprio criou, o governo não consegue agir. A sensação é de que o país está sem rumo, à deriva.

"Loucura é querer resultados diferentes fazendo tudo exatamente igual!"  (Einstein)

Na verdade, esta crise não começou agora. É o resultado de um modelo de desenvolvimento que privilegiou a inserção de brasileiros no mercado consumidor via aumento artificial do poder de consumo. Como apontou a jornalista Eliane Cantanhêde em seu artigo no Estado de São Paulo, "Redistribuição de renda não se faz com geladeiras e fogões, mas via saúde, educação, ciência, tecnologia, produtividade e competitividade”. Ao privilegiar o estímulo ao consumo, conseguimos colocar mais brasileiros no mercado consumidor. Agradamos os banqueiros (que nunca ganharem tanto dinheiro como nos últimos 13 anos), grandes grupos nacionais e multinacionais e os políticos do partido do governo, que conseguiram se reeleger. Mas a conta chegou... 

A questão é: quem vai pagar esta conta? Em geral, quem mais perde com a crise, a recessão e a inflação são os que tem menos para perder, mas o pior é que estamos sempre a espera do "salvador da pátria", do cara que vai ter "coragem para enfrentar as elites para defender o povo”. Foi assim com o Collor e com lula. E demos com os burros n´água...

Na crise, CRIE soluções

 
Precisamos buscar um outro caminho. Sem gurus. Sem delegação de responsabilidades. Sem paternalismos. O Brasil precisa deixar de ser o país do futuro e dos sonhos para se transformar no país do presente, da realidade, da criatividade e do trabalho. E isto só vai acontecer quando nos convencermos que a esperança somos nós. Vamos ter um enorme trabalho para reconstruir o país depois desses anos de um governo populista, ineficiente e corrupto. E para este trabalho vamos precisar de todo mundo!


Mãos e cérebros a obra!