quinta-feira, 29 de setembro de 2016

10 anos que abalaram o mundo

Não é o fim do mundo. É o fim de um mundo...
(Michel Maffesoli)


Um dos livros que marcaram minha adolescência foi "Os 10 dias que abalaram o mundo", do jornalista americano John Reed. O livro foi revolucionário na forma e no conteúdo. Na forma, foi a primeira grande reportagem moderna. Até este livro jornalista escrevia reportagens e escritores escreviam livros. John Reed descreve, de uma maneiro minuciosa e vibrante a revolução comunista de 1917, na Rússia. Quando li o livro me imaginei caminhando ao lado de Lenin pelas ruas de Petrogrado e Moscou. É jornalismo e é romance... Do ponto de vista do conteúdo, o livro é um relato de uma revolução que transformou o mundo no século XX.

Ontem assisti a palestra "Anatomia das Organizações Exponenciais", de Cezar Taurion na Information Week, em São Paulo. Ele apresentou esta figura abaixo, com a lista das seis empresas com maior valor de mercado, no mundo, em 2006 e agora, em 2016. Em 2006, as maiores empresas eram a Exxon (óleo e gás), General Electric (conglomerado industrial que atua em várias áreas), Microsoft (Tecnologia), Citigroup (financeiro), British Petroleum (óleo e gás) e Royal Dutch Sheel. Das seis maiores empresas do mundo, três eram da área de petróleo, confirmando uma crença e uma frase do grande banqueiro americano Rockfeller, que falou, no século passado, que: "o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo. E o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada"...



O mundo, de fato era assim no século XX. 

Mas o mundo não é mais assim. Agora, em 2016, as maiores empresas são, pela ordem: Apple, Alphabet (Google), Microsoft, Amazon, Exxon e Facebbok. São cinco empresas de tecnologia e apenas uma de petróleo (em quinto lugar)...

O mundo do século XX está ficando para trás. Um novo mundo JÁ É REALIDADE. Não estamos falando do futuro. Estamos falando do mundo de HOJE, em 2016. Estamos vivendo na era do conhecimento, numa sociedade digital, em rede. 

Não estamos vivendo o fim do mundo. Estamos vivendo o fim de um determinado mundo...  O que está acabando é o mundo hierárquico, industrial dos séculos XIX e XX. O que está sendo substituído é o pensamento binário e cartesiano pelo pensamento sistêmico e complexo. É uma revolução. Não mais como a revolução russa, com baionetas e soldados, mas com computadores, celulares e cidadãos que estão aprendendo a pensar com sua própria cabeça, sem seguir partidos ou gurus. Como toda revolução, será longa e terá várias idas e vindas. Todo processo revolucionário é contraditório. O passado não desaparece de repente. Ele vai resistir. Tentar impedir o novo de eclodir. Em vão. A esta altura do campeonato, o processo já é irreversível. 

O presente e o futuro serão das pessoas e organizações que entenderem e participarem ativamente desta transformação. O futuro não está escrito nas estrelas, ele será do jeito que o construirmos. 

Mãos, cérebros, coração e fígado à obra!



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