quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Não é pelas 48h!

"Não é pelas 46h" Luciana Sodré Costa


A decisão da juíza Sandra Regina Nostres Marques, atendendo um pedido do Ministério Público de São Paulo, de suspender o funcionamento do Whatsapp precisa ter uma resposta firme da sociedade.


O argumento de que o Whatsapp "não atendeu a solicitação judicial" de fornecer informações sobre um criminoso não justifica este atentado contra toda a sociedade. Imaginem que o Metrô deixe de atender uma decisão judicial. Passa pela cabeça de algum juiz a proposta de "suspender o funcionamento" de um meio de transporte que atende mais de 5 milhões de pessoas diariemante? Quantas vezes as empresas de telecom "não atenderam uma solicitação" da justiça e nem por isso foram suspensas? 

Algumas pessoas acham que a proibição vai ser boa para voltarmos a nos falar pessoalmente ou porque ela atinge uma empresa (o Facebook, que é dona do Whatsapp) que disputa com o Google o controle das informações no mundo. De fato, devemos ficar muito atentos para impedir qualquer tipo de controle das informações por parte de uma empresa, mas não vai ser estimulando a violência contra a nossa liberdade de escolha que faremos isto. O processo de utilização das redes sociais e da internet é irreversível. Esta forma comunicação livre e de graça entre as pessoas se tornou parte essencial das nossas vidas. 

Não se trata apenas do Whatsapp. Podemos substituí-lo por outros aplicativos. Que, por sua vez, poderão ser proibidos também. O decisão da juíza abre um precedente MUITO perigoso. Sem a internet e as ferramentas de comunicação entre as pessoas o mundo para de funcionar. Devemos garantir que este processo ocorra da forma o mais descentralizada e livre possível, sem monopólios intocáveis, mas não podemos transigir com a liberdade.  

A sociedade cansou de ser tutelada e quer liberdade para se comunicar. A decisão da juíza, a pedido do Ministério Público, reforça todos aqueles que querem controlar a internet e a sociedade. Merece nosso repúdio firme e indignado. 




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