"Não é pelas 46h" Luciana Sodré Costa
A decisão da juíza Sandra Regina Nostres Marques, atendendo um pedido do Ministério Público de São Paulo, de suspender o funcionamento do Whatsapp precisa ter uma resposta firme da sociedade.
Algumas pessoas acham que a proibição vai ser boa para voltarmos a nos falar pessoalmente ou porque ela atinge uma empresa (o Facebook, que é dona do Whatsapp) que disputa com o Google o controle das informações no mundo. De fato, devemos ficar muito atentos para impedir qualquer tipo de controle das informações por parte de uma empresa, mas não vai ser estimulando a violência contra a nossa liberdade de escolha que faremos isto. O processo de utilização das redes sociais e da internet é irreversível. Esta forma comunicação livre e de graça entre as pessoas se tornou parte essencial das nossas vidas.
Não se trata apenas do Whatsapp. Podemos substituí-lo por outros aplicativos. Que, por sua vez, poderão ser proibidos também. O decisão da juíza abre um precedente MUITO perigoso. Sem a internet e as ferramentas de comunicação entre as pessoas o mundo para de funcionar. Devemos garantir que este processo ocorra da forma o mais descentralizada e livre possível, sem monopólios intocáveis, mas não podemos transigir com a liberdade.
A sociedade cansou de ser tutelada e quer liberdade para se comunicar. A decisão da juíza, a pedido do Ministério Público, reforça todos aqueles que querem controlar a internet e a sociedade. Merece nosso repúdio firme e indignado.
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